O comportamento de pessoas com apego evitativo muitas vezes deixa quem está do outro lado da relação confuso. De maneira que parece repentina, alguém que estava bastante próximo e demonstrava interesse começa a agir de forma fria e distante. Mas esse afastamento não quer dizer que a pessoa não tenha sentimentos. Na verdade, é uma resposta automática do sistema nervoso, moldada por experiências passadas em que a intimidade foi vista como uma ameaça ou foi retribuída com punição. Assim como um cão pode reagir a fogos de artifício ou a um movimento brusco, quem tem apego evitativo responde à proximidade emocional como se estivesse em constante perigo de perder sua liberdade ou ser rejeitado. Essa reação não é baseada na lógica, mas sim em uma programação emocional. Quando o relacionamento se torna mais profundo, memórias antigas são desencadeadas, e a pessoa deixa de viver o presente como ele é, passando a ver tudo através da lente de feridas do passado. A intensidade somada à velocidade que o ansioso expressa esses sentimentos pode causar um colapso. A empatia pode ajudar a entender essa dinâmica, mas não deve servir como uma desculpa para aceitar desrespeito ou falta de cuidado. É crucial perceber que o afastamento não é sinônimo de falta de amor; porém, é igualmente importante reconhecer que isso não significa que alguém tenha que se submeter a relações emocionalmente irresponsáveis que não ofereçam segurança ou reciprocidade.
Proteger-se implica encontrar um equilíbrio entre compaixão e limites bem definidos. Para um ansioso, essa é uma lição fundamental. Buscar por segurança não deve levar ao abandono de si mesmo e relações saudáveis precisam de espaço, mas também requerem um complicado equilíbrio na troca. Quando isso não acontece, o que se prolonga não é um vínculo verdadeiro, mas apenas a repetição de padrões não resolvidos.
19 setembro 2025
Sobre medo de proximidade e desligamento
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