09 setembro 2025

Sobre o que permanece e o que desaparece

 Existem dois tipos de amor que muitas vezes se confundem. Tem o amor por você e tem o amor pelo que você faz essa pessoa sentir. À primeira vista, a diferença parece pequena, mas, se olhar mais de perto, logo vai perceber. Quem realmente ama se preocupa com o bem-estar, não importa o que aconteça. Essa pessoa torce por você, reza por você, cuida de você, mesmo quando as coisas ficam difíceis e em aparente ausência. Mesmo se estiver magoada, ainda assim se importa com como você se sente, porque esse amor não é condicional. Esse tipo de amor aparece no cuidado discreto, na preocupação genuína e no desejo de resolver qualquer coisa que te cause tristeza ou desconforto, e não dando de ombros e deixando para lá na primeira intempérie. Para quem ama você, como você se sente é prioridade, e o esforço que isso requer não é um problema, porque o laço não se quebra diante dos desafios.
Por outro lado, tem quem ame só pela sensação que você traz ou pelo que você preenche. Esse amor é fácil enquanto tudo está tranquilo, cheio de carinho e atenção, desde que não haja um atrito. Um passo em falso, uma palavra inadequada, ou um momento de tristeza, e a conexão pode esfriar de repente. O cuidado desaparece, a empatia some, e o que antes era afeto se transforma em desinteresse ou indiferença. O problema não está em você, mas no fato de que o sentimento dessa pessoa não é por quem você é, e sim pelo que ela sente quando você está disponível.
É por isso que é tão importante perceber quem fica quando a situação é complicada. Quem te ama mesmo nos dias ruins, até durante uma discussão, mostra que o amor é genuíno. Já quem só está presente quando tudo vai bem revela que, na verdade, nunca esteve de verdade ao seu lado, apenas aproveitou uma fase. Essa diferença entre os dois tipos de amor não define só a qualidade da relação, mas também a segurança emocional que você encontra nela.
No fim das contas, a diferença entre quem realmente ama e quem só quem aproveita o momento está na constância. O amor verdadeiro não some quando as coisas ficam difíceis, não se esvai no silêncio e não se desfaz na hora do aperto. A distância e a presença são valorizadas, mesmo que menos frequentes. Ele fica firme, porque vê em você muito mais do que um reflexo passageiro: vê quem você realmente é. Por outro lado, o amor que depende da satisfação momentânea nunca foi amor de verdade, é só conveniência. Reconhecer essa diferença é libertador, pois te ajuda a valorizar o que é sólido e a deixar para trás o que nunca foi real.

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