Existem pessoas que entendem que o amor não tem a ver com perfeição, mas com aceitação. Somos todos um conjunto de pedaços quebrados, histórias complicadas e feridas escondidas. Cada um de nós carrega algo: uma ansiedade que sussurra à noite, dores do passado que ecoam em novos relacionamentos, medos que vivem logo abaixo da superfície, à espreita. A maioria de forma consciente ou não foge dessa complexidade. Mas algumas almas raras fazem o contrário: se aproximam. Elas veem suas sombras e não tentam consertá-las, apenas sentam com você na escuridão. Quando alguém aceita sua bagunça sem exigir que você seja diferente do que é, isso é raro e para algumas pessoas, um momento único. O ego vai tentar afastar essa pessoa. O orgulho vai inventar testes impossíveis. A criatividade trabalhará em encontrar mil maneiras de se sabotar, só para provar que não é digno da paciência que está recebendo. Mas a verdade é simples: conexões assim quase nunca acontecem. Alguém que vê suas cicatrizes e, mesmo assim, escolhe ficar. Que quer crescer com você, e não apesar de você. Isso definitivamente não é comum. Então, caso apareça alguém assim, não é errado baixar a armadura, a guarda, as defesas. O coração complicado não é um problema a ser resolvido, mas um território a ser explorado. E há quem esteja disposto a fazer essa jornada caso isso seja compartilhado.
No fim, amar e ser amado não é sobre encontrar alguém perfeito ou que preencha uma lista de requisitos, mas sobre encontrar alguém realmente disposto a caminhar juntos na imperfeição. Quem aceita suas sombras, não foge das suas dores e ainda escolhe permanecer ao lado, está oferecendo o tipo mais raro de amor. É válido valorizar isso, porque não é todos os dias que se encontra alguém que não tem medo da sua verdade, mas que ainda assim escolhe estar presente dentro dela.
09 setembro 2025
Sobre amar na imperfeição
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