O excesso de opções, que em tese deveria ampliar a liberdade, acaba trazendo paralisia. Quanto mais caminhos disponíveis, maior se torna o medo de escolher apenas um. O receio não é apenas de errar, mas de fechar portas e lidar com a perda das alternativas que ficam para trás.Esse medo impacta diretamente a forma como as relações são vividas. Não se evita a conexão por falta de desejo de proximidade, mas por pavor de comprometer-se com algo que parece definitivo. É como se cada vínculo profundo fosse visto não como uma possibilidade de construção, mas como uma renúncia a outras oportunidades que poderiam surgir. O resultado é uma vida repleta de contatos, mas pobre em vínculos. Como medida paliativa, pessoas evitativas mantém um grupo de contatos com "funções específicas", no intuito de preencher as lacunas e fortalecer a isenção de responsabilidade, o famoso "amigo de prateleira". Relações mantidas em suspensão, sem coragem de se aprofundar, tornam-se superficiais. A liberdade, quando não encontra equilíbrio no compromisso, se dilui em experiências que não se sustentam no tempo.
No fim, a maturidade não está em acumular todas as opções abertas, mas em escolher com coragem e se responsabilizar pelo caminho tomado. O verdadeiro sentido da liberdade está na entrega que nasce da decisão consciente, não na ilusão de manter todas as portas sempre entreabertas.
23 setembro 2025
Sobre o peso do excesso de opções
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