Muitas vezes, o afastamento em um relacionamento não acontece porque o sentimento deixou de existir, mas porque a confiança foi abalada. Quando alguém percebe sinais contraditórios, a sensação de insegurança cresce, mesmo diante de demonstrações de amor ou afeto. É comum que a outra parte sinta que não está recebendo transparência, que há pressões externas moldando a forma como é tratada, ou que as inseguranças do parceiro falam mais alto do que a verdade dos sentimentos. Ainda assim, mesmo diante das inconsistências, a paciência costuma prevalecer. Ela permanece, mesmo confusa, sustentando a esperança de que as ações passem a refletir aquilo que as palavras não revelam. Mas o tempo e a repetição de sinais mistos cobram um preço. A dúvida constante transforma a relação em um espaço de desgaste, e a ausência de clareza mina o que poderia ser sólido.
O ponto central não está em provar perfeição, mas em assumir a vulnerabilidade da sinceridade. A confiança não se reconstrói em promessas vagas nem em gestos condicionados às circunstâncias externas. Ela se fortalece no simples ato de abrir o coração, de falar com autenticidade, de permitir que o outro enxergue quem você realmente é. Mudar essa dinâmica é possível, mas exige coragem. Coragem de não se esconder atrás de medos antigos, de não usar a desconfiança como defesa, de não transformar inseguranças em distância. A verdadeira virada começa quando se escolhe a honestidade como alicerce. Falar o que sente, assumir fragilidades e abrir espaço para a reciprocidade.
No fim, o afastamento não é um sinal de desamor, mas de exaustão diante da falta de clareza. A reconexão depende de deixar de lado o jogo de controle e assumir que confiança se constrói quando há entrega. A escolha está em cada palavra não dita e em cada verdade que finalmente encontra voz.
02 outubro 2025
Sobre o afastamento revelar a falta de confiança
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