26 setembro 2025

Sobre o que aproxima ou repele

    Tem muita opinião por aí sobre o que fazer ou não em relacionamentos. Falam que é melhor não mostrar vulnerabilidade, não correr atrás, que a melhor estratégia para manter alguém por perto é controlar tudo. Mas, na verdade, o que mais desgasta um relacionamento não é tanto a iniciativa ou a abertura emocional. O problema verdadeiro aparece quando a relação fica cheia de insegurança, críticas sem fim e conflitos desnecessários. Tanto homens quanto mulheres, em seus papéis, têm essa tendência de se proteger e ficar sempre alerta, avaliando se estão seguros ou se correm o risco de serem deixados de lado, ainda mais hoje em dia que qualquer insatisfação é motivo de término ou afastamento. Esse tipo de defesa pode levar a mal-entendidos. Se uma das partes não consegue ver o comprometimento e as intenções do outro, acaba testando, pressionando ou duvidando. Com isso, naturalmente, a distância aumenta. Não porque haja amor demais, mas porque a relação se enche de desconfiança.
    Relacionamentos não funcionam com regras rígidas, mas sim com clareza sobre o que faz sentido para cada um. Se rola reciprocidade, tudo bem em tomar a iniciativa, sugerir encontros ou mostrar interesse. O que realmente importa é que a troca satisfaça as necessidades de cada um. Fugir de comportamentos que vêm do medo e da insegurança é mais importante do que seguir fórmulas ou tutoriais. No fundo, o que mantém um vínculo saudável não é a falta de vulnerabilidade, mas a presença de confiança e equilíbrio. Não se trata de evitar ser verdadeiro, mas de entender a diferença entre agir pela própria verdade ou por medo de perder o outro. Essa diferença é o que separa relações que crescem e as que se desgastam antes mesmo de começar a florescer.

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