Muita gente acha que a parte mais complicada de cortar o contato de forma voluntária é resistir à tentação de mandar mensagens durante a madrugada ou conferir as redes sociais da outra pessoa. Mas esses impulsos são só distrações. O verdadeiro desafio é enfrentar tudo que vinha sendo evitado na relação. Sem a chance de buscar validação externa, encarar as próprias feridas se torna inevitável. É nesse silêncio que aparecem o medo de ser abandonado, a necessidade constante de aprovação e as cicatrizes na autoestima.
O afastamento força a lidar com perguntas difíceis. Por que aceitou menos do que merecia? Por que ficou mesmo quando os sinais estavam claros? Por que foi preciso abrir mão de partes de si para manter alguém que nunca esteve totalmente presente? As respostas mostram que a dor não está só no fim da relação, mas na dificuldade de acreditar que merecia ser escolhido e valorizado.
Esse processo desconfortável também é uma chance de cura. Não se trata apenas de superar uma perda específica, mas de quebrar padrões que se repetem há anos. É a oportunidade de reconstruir não só depois de um término, mas de recuperar partes enfraquecidas da própria identidade. Quando a fuga de si mesmo dá lugar ao trabalho de fortalecimento interno, surge a liberdade para criar relações mais saudáveis e equilibradas.
Cortar o contato pode começar como uma tentativa de esquecer alguém, mas acaba se transformando em um processo de resgate pessoal. Em vez de buscar respostas no outro, o olhar se volta para dentro. É nesse ponto que o rompimento deixa de ser só dor e passa a ser também uma oportunidade de crescimento.
26 setembro 2025
Sobre o afastamento e a falta de contato
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