25 setembro 2025

Sobre a invisibilidade

    Em determinados momentos, surge a percepção de que não existe ninguém com quem se possa conversar diariamente. Embora amigos existam, cada um segue sua própria rotina, suas prioridades e círculos sociais. Nesse contexto, o silêncio das notificações se transforma em um lembrete incômodo de ausência, reforçando a ideia de estar à margem da vida alheia. Essa experiência é um tipo de solidão que também gera um questionamento sobre relevância e pertencimento. A mente começa a elaborar hipóteses sobre a própria importância, imaginando se a ausência seria notada e se haveria impacto caso apenas desaparecesse. Esse processo gera um peso emocional que não decorre de carência exagerada, mas da necessidade legítima de reconhecimento e reciprocidade. Conexão humana não é luxo ou capricho, mas um elemento fundamental para o bem-estar psicológico.
    O desejo central não é estar rodeado de muitas pessoas, mas contar com uma troca autêntica que não dependa de lembranças forçadas ou obrigações sociais. O valor está na espontaneidade de alguém que demonstra presença de forma genuína, tornando o vínculo natural e sem interesses utilitaristas. Reconhecer esse sentimento ajuda a compreender sua origem e, mais do que isso, abre caminho para buscar relacionamentos mais equilibrados e uma forma mais saudável de se relacionar consigo mesmo e com o mundo ao redor.

Nenhum comentário: